My Soul

''E se eu te contasse o que eu guardo de mais obscuro na minha alma?Você guardaria segredo?Você acreditaria que estou aqui unicamente por uma razão. Quero te contar como foi minha trajetória nesse fantástico mundo de loucos. Todos meus erros, meus acertos, minhas angústias e meus desejos. Quero que você compartilhe minha vida com todos. Todos aqueles estiveram próximos a mim. Enquanto jovem, aproveitei minha vida da forma mais linda e louca possível. Dancei, chorei, gritei, ri,desfrutei das maravilhas do mundo, vivi momentos de pura insanidade e rebeldia. Momentos que me lapidaram como mulher, como pessoa. Lembro-me bem das noites mal dormidas, das noites que passei dançando, das noites que passei rindo com meus amigos, e daquelas que passei totalmente bêbada. A minha loucura pessoal era tida como algo irresponsável ou insano demais para os andantes da humanidade. Loucura eu digo por que não me baseei em pensamentos previsíveis demais ou supostamente ‘comuns’. A monotonia, a normalidade em si me matava por dentro e secava minhas energias, como se não bastasse isso, ela me entristecia. Por isso o meu cano de escapamento era usufruir das coisas mundanas e insanas que a vida nos oferece. Isso fez com que meus passos fossem julgados pelas pessoas que não conheciam o significado real dos meus atos, das minhas falhas. Falhas eu digo no quesito de ilegal, não saudável como dizem os mais céticos. A verdade é que sempre tive uma queda muito grande pelas coisas erradas, ou tudo que me levava à loucura. A sensação de proibido e irreal sempre me atraia demais. Eu desejava viver isso de uma forma até surreal. O fato é que a vida nem sempre nos aceita da forma como somos, LOUCOS!  Completamente indiferentes a tradição, ao fluxo do cotidiano, do usual. Então escondi de todos a minha real face, minha verdadeira personalidade. Esconder talvez não seja a melhor palavra para essa definição. Adormecer se encaixa melhor. Adormeci todos meus sentimentos e fantasias em um ponto único na minha mente. Comecei a conviver de forma comum conforme o fluxo da vida manda. RESPONSÁVEL! TRADICIONAL! Aqueles que conheciam a minha verdadeira forma de ser, sabiam exatamente que uma hora aquele ponto iria sofrer uma incrível explosão! Um Big Bang iria se formar no meu universo e repercutir a todos que estão a minha volta. Catástrofes sentimentais em demasia iriam se formar, pessoas iriam enlouquecer tentando entender o significado daquilo, a razão pela qual eu me dispunha a viver daquela forma. Controvérsias a respeito do ‘’EU’’, dos meus valores iriam surgir. Eu tava ciente que essa forma de vida seria mais complexa e difícil para que a sociedade me aceitasse. Nunca me importei com isso realmente. Ser aceita pelas pessoas nunca foi minha maior preocupação.  A minha maior preocupação e talvez o meu maior anseio fosse alcançar a plenitude da loucura, a transparência da minha alma, do meu espírito. O que eu tinha guardado dentro de mim era forte demais pra ficar guardado, era ilógico. O enigma que eu carregava devia ser pesquisado, analisado e posteriormente guardado em você. Porque você foi capaz de sentir o que eu carregava. Você notava a minha agonia de não conseguir viver conforme as leis absurdas da humanidade. Sendo simples e objetiva, a razão pela qual estou aqui, nesse corpo, nesse espírito, nesse fantástico mundo de loucos é dar a eles, os alienados, a importância real que eles possuem. Em mim, guardo um pedacinho de cada um. Guardo os significados, as respostas, o fundamento. É, por este motivo que ninguém saiba realmente o que se passa na minha mente, na minha alma. Você sou eu. Sou eu da forma emocional. Sou eu da forma sensível. Você não pode ser mais ninguém do que eu mesma. Eu, pois só eu sei o que há de mais obscuro em mim. No meu corpo, em cada parte do meu cérebro. 

~Porque apenas os loucos sabem... Eu sei, eu sinto. E, aprecio admiravelmente quem possui essa sensibilidade ao alienado, ao anormal, a LOUCURA.Em um mundo tão pacato e prescrito de leis insignificantes aos olhos de quem ambicionam coisas maiores~

“O mais incompreensível do mundo é que ele seja compreensível”

Albert Einstein

Welen Lima